O bicampeão mundial Gabriel Medina venceu o Rip Curl Narrabeen Classic apresentado pela Corona com seus aéreos e novos recordes na temporada do World Surf League Championship Tour. Ele já havia conseguido a maior nota (9,70) do ano na etapa passada, em Newcastle. E, nesta terça-feira, colocou mais três na lista: 9,30 nas quartas de final e 9,27 e 9,50 na decisão do título com o californiano Conner Coffin. Os 18,77 pontos da sua 15ª vitória em 27 finais em etapas do CT, também passaram a ser o maior placar do ano.
Duas finais Brasil x Estados Unidos fecharam a terceira etapa da temporada e Medina decidiu o título em todas. Perdeu a primeira, no Havaí, para John John Florence, a segunda para Ítalo Ferreira, em Newcastle, mas agora ganhou e disparou na liderança do ranking.
O único surfista, atualmente, que poderá tirar a lycra amarela de Gabriel Medina é Ítalo Ferreira. Mas, para isso acontecer, o potiguar já precisa chegar na final do Boost Mobile Margaret River Pro, para superar os 25.600 pontos do novo líder do ranking.
A performance
A performance de Gabriel Medina nas boas ondas de 3-4 pés da terça-feira, em North Narrabeen, foi espetacular. Na decisão do título, já destruiu sua primeira onda. Começando com uma rasgada desgarrando a rabeta e invertendo total a direção da prancha, emendando uma batida forte e um aéreo reverse na finalização, que valeram nota 9,27. Logo ele pega uma direita, manda um pancadão de backside e acelera até chegar na rampa para voar muito alto, fazer a rotação completa no ar com muita extensão e aterrissar com perfeição.
Quando completou a manobra, até pediu a nota 10 com os dedos das mãos e a torcida também, mas a nota saiu 9,50. Ainda assim, já era a segunda maior nota do ano e também o maior placar das três primeiras etapas, 18,77 pontos. Tudo isso nos 10 primeiros minutos da bateria. Depois deu um show para o público, que vibrava a cada onda do bicampeão mundial. Conner Coffin até surfou bem uma onda nos minutos finais que valeu 8,77, mas não ameaçou a 15ª vitória de Gabriel Medina em sua 27ª final no CT.
Medina comenta a vitória
“É uma sensação incrível conseguir fazer uma performance como essa.”, disse Gabriel Medina, logo que saiu do mar e foi cercado pela torcida que lotou a praia nesta terça-feira. “Foi uma final com boas ondas e bastante oportunidades para surfar e eu acertei todos os meus aéreos. É muito bom ganhar um evento e eu estava com saudade dessa emoção. Tenho chegado em várias finais (essa foi a quarta consecutiva), mas estava cometendo alguns erros que corrigi nessa. É ótimo sentir essa sensação de que você está melhorando.”
Medina também comentou sobre o aéreo que valeu a maior nota do Rip Curl Narrabeen Classic, 9,50: “Aquela rampa foi demais. Quando entrei na onda, fiz a primeira manobra e depois só acelerei e fui para o aéreo. Quando aterrissei, eu sabia que ia receber outra nota 9 e pouco e aí pensei: acabou. Eu quero agradecer a todos desse lugar incrível. As praias são fantásticas, a comida é ótima, as pessoas muito simpáticas e ter esse apoio da torcida é demais. Tenho me divertido muito e a Austrália nunca foi tão boa para mim assim”, finaliza.
O caminho de Gabriel Medina até a final
Medina já tinha brilhado na primeira bateria que disputou na terça-feira, contra a sensação australiana, Morgan Cibilic. O estreante na elite do CT começou forte surfando um tubaço nas esquerdas de Narrabeen, mandando, ainda, um cutback e um rasgadão na onda que valeu 8,67. Eles se enfrentaram na semifinal, em Newcastle, e Gabriel só conseguiu derrotá-lo com um aéreo que arrancou a maior nota do ano, 9,70. Teria que fazer o mesmo e conseguiu no último minuto. Voando alto e completando o giro para ganhar 9,30 dos juízes, a maior do campeonato até ali.
Na semifinal, também teve trabalho para superar o português Frederico Morais, que largou na frente com notas 5,40 e 4,27 com seu ataque de backside nas esquerdas. Não entraram muitas ondas boas nessa bateria e Medina não conseguia completar os aéreos. Mas, de tanto insistir acertou dois em duas ondas seguidas para assumir a ponta com notas 6,00 e 5,70, que depois trocou por um 6,50. Mas, ele teve que marcar o português de perto, para seguir para sua quarta final consecutiva por 12,50 a 10,70 pontos.
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O outro único titular da seleção brasileira masculina a chegar no último dia foi o catarinense Yago Dora. Ele que detinha um recorde de 16,33 pontos no Rip Curl Narrabeen Classic, e disputou a última vaga para as semifinais com o americano Griffin Colapinto, que abriu a bateria com nota 8,50 de um aéreo 360 de backside muito alto na sua primeira onda. Yago respondeu com dois ataques poderosos no crítico de uma esquerda para entrar no jogo com nota 7,00. Depois pararam de entrar ondas boas e eles tiveram que somar notas baixas, com Griffin derrotando o catarinense por 12,50 a 12,00 pontos.