Na última segunda feira, foi comemorado o dia nacional do médico, e foi nesse dia que o cirurgião plástico Dr. Thiago Marra deu início a sua campanha “Adote um paciente do SUS e coloque a fila para andar”. Sabemos que infelizmente, aqui no Brasil, o tempo de espera para uma cirurgia no Sistema Único de Saúde pode chegar a até 12 anos, as vezes até mais do que isso.
Em outros lugares do mundo, em Portugal por exemplo, o tempo de espera para cirurgias não urgentes, chega a no máximo 3 meses. Esses dados foram fornecidos pela administração central do sistema de saúde de Portugal. No Reino Unido por exemplo, ninguém pode esperar mais do que 18 semanas para iniciar o tratamento ou fazer cirurgias, e o paciente ainda pode acompanhar pela internet o andamento da fila.
Com essas informações em mãos o Dr. Thiago Marra, que quer inserir o Brasil nos padrões mundiais, iniciou uma campanha. Nesta ele incentiva outros médicos particulares à adotar um paciente da fila do SUS. O objetivo é tentar diminuir o tempo de espera e assim evitar o agravamento da situação do paciente.
O primeiro paciente da campanha de Dr. Thiago Marra
A campanha já teve o seu primeiro paciente “adotado”, Richard Almeida que tem 24 anos e sonha em ser bombeiro. Ele nasceu com o sexo feminino, na adolescência se descobriu no corpo errado e aos 20 anos se reconheceu como homem transgênero. Pouco tempo depois, começou o tratamento com hormônios masculinos. E logo vieram a barba, o timbre de voz mais grave, o nome masculino e a esperança de encontrar um trabalho.
Mas foi em junho desse ano, que Richard emocionou o país inteiro. Ele estava na fila do SUS para uma cirurgia de retirada das mamas há 5 anos. Dr. Thiago Marra o procurou pela internet, o encontrou nas redes sociais e depois de conversarem, ofereceu a Richard uma mastectomia masculinizada gratuita.
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No dia do médico, 18 de outubro, Richard voltou ao consultório para a sua consulta de 60 dias de pós operatório. Ostentando um sorriso no rosto, ele afirmou que hoje é 100%. “Hoje sou 100%, não carrego mais parte de um corpo que não é meu.”, ele precisava dessa cirurgia para fazer a transição de sua carreira. Depois do procedimento cirurgico, Richard acaba de finalizar o seu curso de bombeiro civil profissional e tem a intenção de dar aulas praticas ou trabalhar em eventos.
“Independente do tipo de cirurgia e da opção sexual do paciente, se cada colega se disponibilizar a adotar um da fila de espera colocaremos a demora do SUS para andar”, comenta Dr. Thiago Marra ao informar que o número de demandas represadas é provavelmente mais alto, já que o levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) reúne apenas dados de 16 secretarias estaduais e 10 municipais. “Há ainda a fila por procedimentos nos serviços federais, sem falar ainda naquelas pessoas que precisam da cirurgia, mas nem sequer têm acesso ao especialista que dá o encaminhamento.”, finaliza o medico