4/12/2020 –
Para quem gosta de tênis, poder ver os oito melhores jogadores do mundo duelando em um torneio importante é uma dádiva.
Mesmo sem ter o glamour dos Grand Slams, o ATP Finals conta com uma premiação de 5,7 milhões de dólares, conta pontos no ranking e gera interesse. Novak Djokovic vê da mesma forma.
“Eu sempre fui um proponente do World Tour viajar mais”, declarou Novak Djokovic. “Londres e a O2 Arena são um excelente lugar, mas têm tantas cidades ao redor do mundo que adorariam sediar o evento, eu sinto que três, quatro anos no máximo deveria ser o limite (em um mesmo lugar), porque é a melhor promoção possível para a ATP e o tênis masculino como um todo”, disse ao New York Times.
O ATP Finals é um torneio que fãs casuais podem passar desapercebidos, afinal ele está distante no calendário dos campeonatos de imenso prestígio como Wimbledon e Roland Garros, sem ter também a mesma tradição.
Mas todos os fatores que configuram uma boa competição estão presentes: a bolsa total de premiações em 2020 foi de 5,7 milhões de dólares, mesmo em um ano de pandemia, sendo que o normal seria US$ 9 milhões. O vencedor ganha 1500 pontos no ranking, apenas 500 a menos que os Grand Slams. E na edição de 2020 lá estavam Novak Djokovic, Rafael Nadal, Dominic Thiem e companhia. Federer, ausente, estava lesionado.
Aliás Nadal nunca venceu o torneio, um vazio em sua carreira espetacular. Enquanto isso, Djokovic, com cinco títulos, e Federer, com seis estão entre os maiores vencedores de ATP Finals na história, considerando as variações de nome. Com certeza o espanhol não gosta nada dessa disparidade.
Vale ressaltar que o Brasil tem história no torneio. Além dos três títulos de Roland Garros, Gustavo Kuerten pode se orgulhar de ter batido Andre Agassi na decisão do ATP Finals de 2000 em Lisboa.
Lisboa, Houston, Xangai…
A ideia do ATP Finals não é nova e com certeza não é imutável. A primeira edição foi realizada em 1970, em Tóquio. Até 1976 ele aconteceu todos os anos com o nome Masters Grand Prix e passou por Paris, Barcelona Boston, Melbourne, Estocolmo e Houston. No início, o torneio não contava pontos para rankings.
Mas a partir de 1977 até 1989 o torneio só foi jogado em Nova York, até que uma mudança no nome – passou a se chamar ATP Tour World Championship – e a inclusão da competição na contagem de pontos gerou uma nova era. Desde então, passou por Frankfurt, Hanover, Lisboa, Sydney, Xangai, enfim, rodou o mundo, como Djokovic acredita que é o certo.
Todas essas mudanças são uma tentativa de achar o espaço certo no calendário, a importância devida e ainda se encaixar nas necessidades dos atletas e circuito. Por anos o calendário da ATP era uma tarefa hercúlea para os jogadores, que mesmo com críticas dos próprios e seguidas lesões, não havia alternativa para os atletas a não ser viajar de cidade em cidade por todo o ano para defender suas posições no ranking e premiações. Ainda hoje há discussões para otimizar as competições e o ATP Finals não está de fora das conversas.
Londres foi sede de 2009 até 2020 e em 2017 o torneio ganhou a marca ATP Finals. Para 2021 a cidade escolhida é Turim, na Itália, onde ficará até 2025. Entre as razões apontadas para a mudança estão o alto investimento prometido, que irá elevar a premiação ainda mais, chegando a 14 milhões de dólares já em 2021.
O torneio apresenta aspectos interessantes
Ao explicar por que não tem tanta sorte no ATP Finals, Rafael Nadal declarou que é normal ter lugares onde desempenha melhor e outros nem tanto e apontou que em edições anteriores chegou fisicamente e mentalmente cansado. Afinal, o torneio é disputado no final do ano e o Australian Open, primeiro dos Grand Slams, é jogado em janeiro.
Os últimos vencedores do ATP Finals são Daniil Medvedev, Stefanos Tsitsipas, Alexander Zverev e Grigor Dimitrov. Os quatro jogadores não têm uma conquista de Grand Slam – seja Roland Garros, Wimbledon, US Open ou Australian Open.
Está aí porque quem acompanha o mundo das apostas esportivas gosta tanto do ATP Finals: um torneio previsível gera retornos baixos, enquanto acertar um vencedor que não é o favorito ou não é um nome tão chamativo pode trazer retornos muito interessantes.
O formato de disputa também difere da grande maioria das competições. Em vez de um formato eliminatório da primeira rodada até a final, os oito tenistas são divididos em dois grupos de quatro. Um jogador pode até perder uma partida e continuar vivo na competição.
Por exemplo, Dominic Thiem perdeu para Andrey Rublev na fase de grupos do ATP Finals 2020, mas como venceu Nadal e Tsitsipas, passou para as semifinais, onde bateu Novak Djokovic. Na final, pegou o invicto Daniil Medvedev, que venceu Nadal nas semis. O jogo foi até o terceiro set, com Medvedev prevalecendo.
Todas essas diferenças e emoção são as razões para as plataformas de cassino online e sportsbooks darem tanta atenção para o torneio, porque isso gera interesse e a possibilidade de retornos altos e zebras acontecerem motiva os apostadores. Cabe agora à ATP continuar dando toda a atenção para o torneio e quem sabe, depois de 2025, ele seguir rodando o mundo.
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