São Paulo 30/10/2020 – Nossa intenção é provocar reflexões sobre a realidade que vivemos, o que nos trouxe até aqui e o futuro que queremos construir.
Mostra de Mídia Arte, na terceira etapa de sua programação, poderá ser vista da rua, de casa ou por streaming, apresentando diversas linguagens e técnicas,
enquanto provoca reflexões sobre temas urgentes.
Intervenções com laser, espetáculo de drones e projeções mapeadas mixando várias técnicas de realização são algumas das linguagens que o Festival de Luzes de São Paulo apresenta, de 30 de outubro a 8 de novembro, e que podem ser vistas de diversos pontos da cidade.
“Durante a pandemia, o Festival de Luzes de São Paulo tem a intenção de provocar reflexões sobre a realidade que vivemos, o que nos trouxe até aqui e o futuro que precisamos construir. Criamos obras que ocupam temporariamente vários pontos da metrópole. Da forma mais democrática possível, as pessoas poderão apreciá-las das ruas, de suas casas e apartamentos ou por streaming. As luzes, de alguma forma, nos unem por um objetivo em comum – a vida”, afirma Alexis Anastasiou, idealizador da mostra e fundador da Visualfarm.
Um dos destaques da terceira etapa de programação da mostra de Mídia Arte realizada pela Visualfarm é uma grande intervenção com canhões de laser, formando texturas coloridas no céu de São Paulo, com apresentação em 30 de outubro, das 19h às 22h. A ação foi viabilizada com patrocínio do Banco Toyota, do site de reservas de hospedagem Hoteis.com e da Secretaria Especial da Cultura, por meio da Lei Rouanet.
Os equipamentos utilizados são os mais modernos e potentes da América Latina e a obra INSPIRA_, do artista Paulo Fluxux, será projetada a partir de um dos pontos mais altos da cidade, a Avenida Paulista, direcionada aos quatro pontos cardeais, o que permitirá ser visualizada e apreciada em um raio de mais de 10km
Para o autor, Paulo Fluxux, considerado um mago dos lasers, INSPIRA_ é sobre a necessidade de se respirar para estar vivo. Busca, na conexão pela luz, uma ligação entre a cidade em tempos de distanciamento social. É uma homenagem às vítimas da Covid-19. “Pessoas que entregaram suas vidas por um Brasil mais justo e democrático e que partiram e nos deixaram em meio à desagregação social, política e econômica que vivemos, acentuada pela pandemia sanitária e pelo pandemônio político”, reflete o artista multimídia, que já realizou trabalhos com Tulipa Ruiz, Criolo e Laerte.
Ballet de drones
O show de drones Flyingbots é outro grande destaque da programação. A criação de Alexis Anastasiou forma imagens tridimensionais no ar e apresenta uma narrativa surpreendente para se converter em seguida em um verdadeiro ballet aéreo.
Será realizado em 30 de outubro no Tremembé (Zona Norte), com apresentações às 18h30, 19h30, 20h30 e 21h30. O patrocínio é de O Quinto Andar e da Secretaria Municipal de Cultura (via PROMAC).
As 20 aeronaves que formam o espetáculo foram construídas pela Visualfarm especialmente para intervenções artísticas. São coordenadas por software de alta precisão, com orientação de voo que combina as tecnologias wifi, sinal de rádio e sinais GPS a partir de 20 satélites.
Resistências
Além de convidados, o Festival de Luzes de São Paulo reúne artistas selecionados por chamamento público para apresentar seus trabalhos em locais na metrópole que representam resistências culturais e sociais. Estão baseados principalmente nas tecnologias de projeção mapeada, conhecidas como mapping, combinando diversas técnicas e linguagens em sua realização.
O VJ Padre (Luis Felipe Martins) assina “O resgate ao corpo natural”, uma colagem de imagens com inspirações futuristas e xamânicas, para um novo ser, completo e integrado, que aspira não apenas por necessidades materiais e físicas, mas também espirituais e imateriais. O artista entende seu trabalho como um processo de cura.
A obra será exibida em 30 de outubro e 1 de novembro, em frente à Funarte, na Alameda Nothmann, 1020, nos Campos Elíseos, bairro que convive com a situação da expansão da Cracolândia. Nas mesmas datas, o local também recebe intervenção do ligaLight, fusão dos trabalhos do VJ eduzal e da fotógrafa Julieta Benoit. As intervenções são apresentadas por Electrolux, Braskem e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio do ProAC.
Voz às crianças
ZaniZ (Alberto Zanella) e Ju Cretella, desde o início da quarentena, vem trabalhando no projeto “Falando Pelas Paredes”, animando mais de 60 desenhos infantis, projetados a partir da janela de seu apartamento.
No Festival de Luzes de São Paulo, a dupla ocupa a Favela do Moinho com intervenção a partir das realizações das crianças dessa comunidade. Os artistas utilizaram os traços e as cores originais para produzir movimentos, de forma lúdica, ampliando esse imaginário. A iniciativa poderá ser assistida ao vivo por streaming, no Instagram @luzes.sp, no dia 8 de novembro, a partir das 19h. O patrocínio é de O Quinto Andar e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Pro-Mac.
Os pequenos artistas foram convidados a expressar seu sentimento durante esse período sem aulas. “É uma obra colaborativa com as crianças. Durante a pandemia, a garotada tem sofrido bastante com a quarentena e o isolamento. Nosso projeto é uma forma de dar voz a eles. Ver a felicidade, a empolgação e o orgulho deles assistindo a seus desenhos animados e projetados é a maior recompensa que podíamos querer”, destaca Ju Cretella.
FESTIVAL DE LUZES DE SÃO PAULO
Até 22 de novembro de 2020
Idealização: Alexis Anastasiou
Realização: Visualfarm
Instagram oficial (programação e streaming): @luzes.sp
Todas as atrações são gratuitas.
Website: https://www.instagram.com/luzes.sp/?hl=pt-br